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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

"DIÁLOGO"-DE SANTA CATARINA DE SENA





Deus disse a Santa Catarina:


"A alma justa que termina a sua vida terrestre na caridade fica a partir daí encadeada no amor e já não pode crescer em virtude; o tempo acabou. Mas pode sempre amar com o amor que tinha quando veio a mim e que é a medida do seu amor (Lc 6,38). Deseja-me sempre, ama-me sempre e o seu desejo nunca é frustrado: tem fome e é saciada; uma vez saciada, tem mais fome; está livre do desprazer da saciedade tanto quanto do sofrimento da fome. É no amor que os bem-aventurados gozam da minha eterna visão e participam deste bem que tenho em mim mesmo e que comunico a cada um segundo a sua medida; essa medida é o grau de amor que eles tinham quando vieram a mim.


Porque permaneceram na minha caridade e na do próximo e porque estão unidos pela caridade..., cada um alegra-se por participar do bem dos outros, para além do bem universal que já possui. Os santos partilham a alegria e o júbilo dos anjos, no meio dos quais foram colocados... Participam também, de uma forma muito particular, na felicidade daqueles que amavam na terra, mais intimamente, com uma afeição especial. Com esse amor, eles cresciam juntos em graça e virtude: uns eram para os outros ocasião de manifestarem a minha glória e de louvarem o meu nome... Esse amor, não o perderam na vida eterna, guardam-no para sempre. É ele que faz superabundar a sua felicidade, pela alegria que cada um recebe com a felicidade do outro..."





Santa Catarina de Sena (1347-1380), terceira dominicana, Doutora da Igreja, co-padroeira da Europa
Diálogos, cap. 4

“O que se humilhar será elevado”

[Disse Deus a Santa Catarina:] Pedes-me para Me conheceres e Me amares, a Mim, a Verdade suprema. Eis a via para quem quer chegar a conhecer-Me perfeitamente e a experimentar-Me, a Mim, a Verdade eterna: nunca abandones o conhecimento de ti mesma e, abaixada até ao vale da humildade, em ti mesma Me conhecerás. E desse conhecimento retirarás tudo quanto te faz falta, tudo aquilo de que precisas. Nenhuma virtude tem vida em si mesma, se a não tirar da caridade; ora, a humildade é a ama e a governanta da caridade. No conhecimento de ti mesma te tornarás humilde, pois por ele verás que nada és por ti mesma e que o teu ser vem de Mim, pois Eu amei-vos antes de que vós existísseis. Foi por causa deste amor inefável que tive por vós que, querendo voltar a criar-vos pela graça, vos lavei e vos recriei no sangue derramado por Meu Filho único com tão grande fogo de amor.



Só este sangue, e apenas ele, dá a conhecer a verdade àquele que, por via desse conhecimento de si mesmo, dissipou a névoa do amor próprio. É então que, nesse conhecimento de Mim Mesmo, a alma se abrasa de um amor
inefável, e é devido a este amor que sofre uma dor contínua. Não é uma dor que a aflija ou a seque (longe disso dado que, pelo contrário, a fecunda); mas, por ter conhecido a Minha verdade, os seus próprios pecados, a ingratidão e a cegueira do próximo causam-lhe uma dor intolerável. Aflige-se porque Me ama pois, se não Me amasse, não se afligiria

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